SER PROFESSOR

Já aqui foi batido pelo Tente mas não resisto a retomar o tema.
Um conjunto de coisas relacionadas com a organização do país foi simplesmente esquecida nos últimos anos. Isto andou a modos que em autogestão. Nada se fez: ao invés fingiu-se que se fez alguma coisa - mas em substância não se fez nada. Aconteceu um efeito bola de neve - mas em versão merdosa.
Na área da Educação fingiu-se que se fez (dizendo que se fazia) várias reformas. Se calhar era um tema apetecível e então, tumba - reforma-se. Na verdade até se fez alguma coisa: estragou-se o que havia.
Tenho reflectido algumas vezes sobre o papel dos sindicatos. Se não fossem eles, o que temos hoje em dia, considere-se muito ou pouco, não se teria. Contudo, qual é ou qual deve ou qual pode ser o papel dos sindicatos hoje em dia? E o que deve ser um sindicato de professores? Por que se deverão bater? Deveriam ser simplesmente extintos?
E a mentira que o Estado tem permitido ao manter abertos cursos redundantes e/ou inuteis e/ou (pior) sem futuro? O Estado engana a rapaziada que investe dinheiro, tempo e vidas em cursos - e depois vão para professores? É assim? Só isso? Que professores serão estes tipos?
= Acredito que só uma parte se estraga. É que temos de encarar esta profissão como sendo ESPECIAL. E só isto já deve ser o maior estímulo.=
E os pais, que pais temos hoje em dia? Pais que levam vidas bicéfalas (pelo menos) em que têm que dar 100% a uma carreira e 100% á família. Pois aqui no meio alguém vai perder e eu até sei quem é na maior parte dos casos.
E o papel dos professores, presentemente, qual deve ser? Meramente professores? - ou de educadores num sentido mais amplo?
E que tipo de carreira, que condições decentes deve o estado oferecer a estes profissionais que deveriam ser gente excepcional? Precaridade a vida toda? Fazer contratos a prazo durante 20 anos? Porque raio não se trata esta profissão como uma carreira a sério?
Eu não quero entregar os meus filhos a tipos que se licenciaram num curso para o qual entraram porque era a solução mais fácil; que foram para o ensino porque era a única saida profissional do curso; que não receberam preparação adicional, nem técnica nem humana; a quem a entidade empregadora não dá condições decentes de trabalho nem um sistema de recompensas que os faça sentir motivação; cujos programas que ministram mudam odos os anos ao sabor das mudanças de governos; e sobretudo um sistema de ensino que não está para me aturar.
Senhores do Governos (lá estou eu outra vez a apelar aos gajos): aproveitem enquanto aqueles que são professores a sério não se fartam desta porcaria e não se reformam todos e recolham os bons contributos. JÁ!
Aqueles que são bons devem, por um lado, sentir esperança, por outro, sentir um grande desalento. Mas os chupistas, o pá, ponham-se a milhas que eu não posso nem vê-los!
(não tenho pachorra para rever isto. quem detectar erros atreva-se a informar sff)