DEUS & SARAMAGO

É habitual, normal, comum, frequente e perfeitamente aceite dizer-se que são tarados, fanáticos, extremistas, chauvinistas, retrógados - os muçulmanos. Em relação a isto esporadicamente é concedido tempo de atena micronesimal a algum representante ou lider local dos visados para exercer o tão na berra contraditório.

Tudo isto aceitamos pacificamente.

Na apresentação do seu mais recente livro Saramago pronunciou-se, como habitual, de forma aberta, clara, contundente. Em strictu sensu obviou tristezas e ficou dito do catolicismo o mesmo do que se tem muito mas mesmo muito ouvido dizer dos mouros. Nesta página percebe-se que não é um tolo anti-cristo e que não tem intentos persecutórios tal como demasiadas partes visiveis da igreja católica. E como o eurodeputado Mário David, que queria que o Saramago deixasse de ser Português. Mario David: vai tu.

Amigo Zé Saramago. Gosto muito do teu blog, pena que tenha descontinuado. Aprecio-te enquanto escritor. Identifico-me com muito do que dizes. És um belo artista. É um rico moço. Não te cales.

FORÇA AMIGO ZÉ!

E força também amigo Deus que andas a precisar.

ESTÁ NA HORA, AGORA

Até à campanha eleitoral para as legislativas, o PSD foi favorável ao TGV, ao novo Aeroporto e não tinha torcido particularmente o nariz à nova travessia sobre o Tejo, tendo mesmo sugerido alternativas quando a ideia apareceu.

Chegada a campanha eleitoral, elegeu como grandes causas contrariar estes investimentos bem como tentar fazer passar um novo slogan, o da asfixia democrática – algo que Manuela Ferreira Leite mostrou conhecer bem: o ostracismo intra PSD.

Obrigada que foi a ser candidata a líder do PSD e não obstante aparentar perfil para promover a pacificação interna bem como aproveitar todos os defeitos que se podem apontar a um Governo, perdeu ambos os desafios. Prestes a ser canibalizada, já anunciou que vai dar o basa. São todos a mesma (M...) coisa.

- Next?....

Cavaco sempre primou por não ser particularmente bem falante nem conhecedor de matérias que extravasem as fronteiras da sua formação académica. Na palhaçada que é a política, possuir uma carantonha, uma dicção deficiente e um discurso pouco espontâneo são valiosos pontos contra. Ainda assim, chegou onde chegou.

Quando foi eleito Presidente, não escondeu uma postura de vontade de participação nos processos de tomada de decisão e grandes preocupações com a economia. A isto chamaram cooperação institucional. Soou bem. Uma espécie de PM sombra?

A imagem de seriedade foi seriamente posta em causa com o caso do Dias Loureiro. E então agora com as escutas é que ficou mesmo todo queimadinho.

Está na hora.....

EU FUI

Fui mais o meu Manel. O Leitinho (RPF Kayaks) que tem uma alma caridosa cedeu-nos uma embarcação decente para dois mancebos. O de 70 kg sentou-se no banco de trás e o de 16 kg circulou um pouco por toda a parte. Galgámos uma ondulação e o pagaísta lá foi equilibrando a coisa. O pior foi o desembarque. Com o casco já enfiado na areia eis que nos rebenta uma traidora mesmo em cima da tromba e lá se vai o Manel. Recuperei-o na espuma que já recuava e que mo deixou gelado nas extremidades e cheio de areia nas entranhas. "Afoguei-me" disse ele a contar aventura. Em doca seca e já mais quentinha, perseguiamos gaivotas num Cabedelinho deserto enquanto com duas horas de atraso um cardume de marinheiros desenhou esta bela caligrafia.