OCINÓRI - A Tasquinha do Irónico

terça-feira, setembro 18, 2012

A HORA ESTÁ A CHEGAR


Irlanda: 85 mil milhões de euros.
Portugal: 78 mil milhoes de euros.
Grécia: primeiro resgate de 110 mil milhoes de euros mais perdão de 50% da dívida mais segundo resgate no valor de 130 mil milhões de euros mais  avizinha-se 3ºresgate mais instabilidade política.
Alguém consegue colocar estes três no mesmo saco?
Bem, eu, como não sou doutorado nem tenho acessores doutorados, tive umas ideias estúpidas. Estava a pensar em aumentar o prazo do resgate a Portugal em, pelo menos 10 anos e estava a pensar em reduzir os juros para 1%. Com estas duas medidas ameniza-se o esforço com o serviço da dívida e podem, assim, canalizar-se recursos para o investimento e o emprego. Também estava a pensar em anular pelo menos metade da nossa divida externa, benesse igual à que os países da UE, Portugal incluido, concederam à Grécia. Desta forma, o sufoco que representa a dívida externa, seria muito consideravelmente aliviado.
Claro que, como a História nos tem provado, a malta não aprende com as experiências, mesmo com as más experiências. Assim, teriamos que blindar a constituição: limitação no acesso a cargos públicos (1 mandato), avaliação do exercício de cargos públicos - e consequente responsabilização. Establecimento de limites ao endividamento, a entidades públicas e privadas. Primeiro poupas e só depois gastas - e só se te deixarem; e não ao contrário: primeiro gastas e depois logo vês como pagas.
Também estava a pensar em establecer regras para que os beneficiários de prestações sociais possam, de alguma maneira, retribuir ao Estado o dinheiro que recebem.
Como dizia Medina Carreira há uns dias, o nosso mapa municipal foi desenhado no séc XIX e, a propósito disto, estava a pensar em acabar com uma série de câmaras municipais, desonerando o Estado Português de uma série de portas para o desperdício. Nem todo o poder deve ser descentralizado, mas aquele que o deve seria entregue a estruturas regionais de gestão profissionalizada. No fundo, presidentes de câmara mas com maior amplitude regional, a que seriam entregues objectivos bem concretos e formalizados e, no final de funções seriam avaliados.
Também tive uma outra ideia que, modéstia à parte, considerei brilhante: os pareceres do Tribunal de Contas serão vinculativos, quer dizer os gestores publicos que forem apanhados a roubar não podem simplesmente rir-se dos pareceres e a impunidade acabará.
Há uma outra ideia que me acompanha há algum tempo. O voto, mais do que um direito dos cidadão, será obrigatório. O exercício do ponto mais alto da nossa cidadania deixa de ser facultativo. Depois de se desenvolver um sistema de informação que permitirá ao Estado conhecer-se a si próprio, todas as pessoas e instituições, devidamente recenceadas, serão melhor conduzidas no exercício da cidadania; quer dizer: todos poderão ter um propósito e  conhecer o as possibilidades e grau de atingimento desse propósito.
Acho que isto tudo é simples e lógico. A hora está a chegar.
Para terminar, se alguém estiver preocupado com o destino dos presidentes de câmara que deixarão de ter o que fazer, apenas digo que há muito que fazer, muito mais do que mandar nas câmaras. Há trabalho para fazer.

terça-feira, setembro 11, 2012

A HORA ESTÁ A CHEGAR

Chegámos ao ponto em que não se volta para trás. O porta voz do governo de Portugal está completamente desacreditado por conspurcar a cidadania em cada aparição. Os cuidadores das finanças publicas são defensores sem escrúpulos das grandes corporações. O poder político está circunscrito a uma elite proteccionista que transfere o acesso ao poder genética e  genealogicamente. A democracia social está transformada numa oligarquia conservadora, egoísta em que "os mercados" são a justificação para a ultrapassagem de todos os limites de decência. A honestidade foi banida: desapareceu suavemente sem que ninguém reparasse. É total a impunidade dos saqueadores que martirizam as vítimas com pequenas mas eficazes dentadas.

A hora está a chegar.

Começo a passar lustro às minhas botas, a abastecer a dispensa. Quando chegar o momento, saberemos que devemos marchar até à capital e tomar a solução nas nossas mãos. Devemos preparar-nos para o pior. Será ao murro, ao pontapé. Sem armas, será bonito. Quero enfrentar de igual para igual os saqueadores. Eles têm nome, têm corpo, cheiro, calor, suor e sangue.

A hora está a chegar.