OCINÓRI - A Tasquinha do Irónico

quarta-feira, outubro 19, 2011

MAIS CAVACO, SEMPRE CAVACO



Pelo menos desde 1986 me lembro de levar com o Cavaco nas costas. Quando foi primeiro ministro usufruiu de condições únicas e irrrepetiveis, com os milhoes que jorraram de Bruxelas, para fazer algo por este país. Assistimos a um fenómeno curioso: todo o empresário que se prezasse nessa altura mandou importar um mercedes com 20 anos da Alemanha. Acabou de construir a A1, distribuiu pipas de massa por amigos, investiu e deu a invertir no BPN, comprou uma casa no Algarve, que mais tarde trocou por uma maior e como é leigo em fiscalidade beneficiou de um regime em que não pagou peva de impostos. Belos tempos de fundos comunitários em que qualquer traque de qualquer empresazeca era logo subsidiado a fundo perdido. Lembro-me, também que se curvou perante uma PAC que promoveu o abandono das terras e o abate dos barcos de pesca. Lembro-me também que teve uma polítca de Educação ultra contestada - e já esquecida. E também me lembro que forneceu aos trabalhadores do estado gigantes pacotes de benefícios. Vede a curva da divida publica nesses tempos. Vede.

Poço de Boloqueime passou a chamar-se Fonte de Boliqueime.

Tudo começou aí. Depois veio o simpático Guterres que só queria era falar, falar; depois o Durão Barroso, que fugiu de tanga para Bruxelas. Depois calhou-nos na rifa o santana. Entretanto o santana já se aposentou, depois tentou ser presidente de Lisboa, depois passou a ser advogado e agora é o rei da santa casa. Continuando: depois veio o Socras que tomou algumas medidas corajosas - só não tomou foi os comprimidos para a esquizofrenia. E agora temos um Passos Coelho. Faremos o balanço daqui a uns meses.

Mas esta posta era sobre o cavaco.

Pois como ele (cavaco) naquele célebre natal (de que ano?) não chegou a engasgar-se com o bolo rei, tornou-se presidente de todos os portugueses (menos eu). E como ele agora não pode fazer nada e quando pôde só fez merda, fala fala fala para justificar o salário que lhe pagam. Fala sobre vacas que riem, e hoje veio falar sobre equidade fiscal, ele, que diz não saber nada de fiscalidade. Aníbal, escuta uma coisa: foste tu um dos obreiros do país que temos. E a malta está a ver se se desemerda disto sem ter que vender a mariani á merkel, tás a ver?

PUBLICO E PRIVADO


Como dizia Paulo Macedo, os bens públicos não são de ninguém e muito menos do governo: são de todos. Ter a responsabilidade de os administrar, digo eu, é uma responsabilidade imensa. O que temos assistido nos ultimos 30 anos e exactamente uma irresponsabiliadde imensa. Essa irresponsabilidade bateu no fundo: isto já não aguenta mais.


Fiquei chocado, supreso e mesmo magoado com as medidas anunciadas de cortes de subsídios de férias e natal para os trabalhadores do sector publico administrativo e empresarial do estado. Chega a ser dramático e infelizmente mostra o ponto a que chegámos. Estamos de rojo, de mão estendida.


Mas ainda fico mais magoado quando vejo gente a olhar à volta e a dizer que se levam porrada, então os do sector privado também têm que levar de forma igual. Pois seja. Até há pouco tempo, um trabalhador do sector privado tinha que trabalhar mais 10 anos do que um do sector publico - para se reformar. E quando atingisse o tempo de reforma ainda era penalizado monetariamente. Os sistemas publicos como a ADSE, nunca foram sustentáveis. Eram financiados com o OE. Nunca tive oculos escuros comparticipados, nem tratamentos de algas, nem as regalias para toda a familia que a ase dava e ainda dá, embora menos. Para progredir na carreira, o gajo á minha frente que que ser despedido, morrer ou ele próprio progredir, se tiver para onde. Isto se as chefias não decidirem recrutar ninguém- E se a possibilidade de progressão couber a mim, passarei por avaliações. Isto não é automático. Motivação? +É como o pirilau, cada um tem o seu.


Por isso, franciscos louçãs deste país, sindicalistas e outros que tais, olhem à volta e percebam que ainda falta um longo caminho na senda do nivelamento entre publico e privado! Nunca desejei que retirassem beneficios ao sectro publico, que o privado não tinha; quis que dessem ao sector privado o que o publico tem mas percebi logo que nunca seria possivel.


E aos defensores da abolição completa dos 13º e 14º meses, sob o argumento de que na Suécia não há nada disso e que nós, para sermos avançados também não deveríamos ter, respondo-lhes com uma colagem de uma pessoa que muito admiro: meninos, isso é confundir cagalhões com marmelos!

OE 2012


Para isto não era necessário um ministro doutorado!

Metam-me lá a mim, que sou analfabeto que também sei subir impostos e cortar salários à tesourada!

quarta-feira, outubro 12, 2011

BLOCO DE TRAQUE

“O desempregado pode ser obrigado a trabalhar gratuitamente para uma qualquer entidade social ou no privado”, acusou Francisco Louçã, referindo que o PES traz decisões para a política social que “nunca tinham acontecido em Portugal”.

Durante o segundo comício em plena época de férias, integrado na iniciativa “Portugal não tem solução?”, Francisco Louçã referiu que “o Governo está a estudar a ideia para os desempregados terem de vir a trabalhar gratuitamente no sector privado, ou seja, poderem vir a limpar o chão numa empresa”. No seu entender, a política social está a ser “cruel” para as pessoas.

Foi há umas semanas que isto se passou. Estou cada vez mais desencantado com o BE. E com o FL também. Minha gente: acordem que eu dei-vos o meu voto mas não foi para isto: FOI PARA SER ÚTIL!!

Se for preciso limpo um chão. Uma parede. Conduzo um carro. Desmonto um computador. Dou formação. Recebo formação. Trabalho que nem um cavalo. Os tempos não estão para outra coisa. Obviamente que trabalho grátis no Estado é coisa que não existe.

DÁ-ME COM FORÇA

TRANSCREVO:

O Tribunal da Relação de Évora decidiu reduzir para 800 euros de multa a pena de um homem que tinha sido condenado a um ano e meio de prisão por agredir a mulher com uma cadeira.

Na primeira instância, o Tribunal Judicial de Setúbal aplicara uma pena de um ano e meio de prisão, com pena suspensa, condenando o arguido por um crime de violência doméstica.

A suspensão da pena ficava dependente do pagamento de 8.000 euros à vítima.

O arguido recorreu e o Tribunal da Relação decidiu condená-lo apenas por um crime de ofensa à integridade física simples, em 800 euros de multa, e fixou em 500 euros o valor a pagar à mulher, por danos não patrimoniais.

O tribunal deu como provado que desde 2004 o arguido em “diversas ocasiões desferia murros e pontapés” e injuriava a mulher, com quem era casado há mais de 30 anos.

A 06 de Junho de 2008, o arguido, agricultor, agrediu a mulher com uma cadeira, dando-lhe uma pancada no peito e provocando-lhe uma contusão da parede torácica, um hematoma na região frontal e na mama e escoriações nos lábios e cotovelo.

Segundo a Relação, esta agressão “não foi suficientemente intensa” para justificar a qualificação do crime como violência doméstica.

O mesmo tribunal diz ainda que a descrição, que consta na sentença da primeira instância, sobre a alegada conduta violenta do arguido desde 2004 “mostra-se algo indefinida, vaga e genérica”.

“Não esclarece o número de ocasiões em que as agressões ocorreram, a quantidade de murros e pontapés em causa ou qualquer elemento relativo à forma e intensidade como foram desferidos, ao local do corpo da ofendida atingido e suas consequências, em termos de lesões corporais”, refere.

Tendo em conta que o arguido é delinquente primário, que já não vive com a mulher e que “apenas se provou em concreto uma agressão”, a Relação considera que a pena de multa “satisfaz as finalidades da punição, isto é, a protecção de bens jurídicos e a reintegração do arguido na sociedade”.

Pois então, senhores desembargadores, não lhe deu com força suficiente. Talvez se a matasse á porrada seus cabrões, já se aproximasse da vossa visão distorcida de violênca.