OCINÓRI - A Tasquinha do Irónico

quarta-feira, outubro 19, 2011

PUBLICO E PRIVADO


Como dizia Paulo Macedo, os bens públicos não são de ninguém e muito menos do governo: são de todos. Ter a responsabilidade de os administrar, digo eu, é uma responsabilidade imensa. O que temos assistido nos ultimos 30 anos e exactamente uma irresponsabiliadde imensa. Essa irresponsabilidade bateu no fundo: isto já não aguenta mais.


Fiquei chocado, supreso e mesmo magoado com as medidas anunciadas de cortes de subsídios de férias e natal para os trabalhadores do sector publico administrativo e empresarial do estado. Chega a ser dramático e infelizmente mostra o ponto a que chegámos. Estamos de rojo, de mão estendida.


Mas ainda fico mais magoado quando vejo gente a olhar à volta e a dizer que se levam porrada, então os do sector privado também têm que levar de forma igual. Pois seja. Até há pouco tempo, um trabalhador do sector privado tinha que trabalhar mais 10 anos do que um do sector publico - para se reformar. E quando atingisse o tempo de reforma ainda era penalizado monetariamente. Os sistemas publicos como a ADSE, nunca foram sustentáveis. Eram financiados com o OE. Nunca tive oculos escuros comparticipados, nem tratamentos de algas, nem as regalias para toda a familia que a ase dava e ainda dá, embora menos. Para progredir na carreira, o gajo á minha frente que que ser despedido, morrer ou ele próprio progredir, se tiver para onde. Isto se as chefias não decidirem recrutar ninguém- E se a possibilidade de progressão couber a mim, passarei por avaliações. Isto não é automático. Motivação? +É como o pirilau, cada um tem o seu.


Por isso, franciscos louçãs deste país, sindicalistas e outros que tais, olhem à volta e percebam que ainda falta um longo caminho na senda do nivelamento entre publico e privado! Nunca desejei que retirassem beneficios ao sectro publico, que o privado não tinha; quis que dessem ao sector privado o que o publico tem mas percebi logo que nunca seria possivel.


E aos defensores da abolição completa dos 13º e 14º meses, sob o argumento de que na Suécia não há nada disso e que nós, para sermos avançados também não deveríamos ter, respondo-lhes com uma colagem de uma pessoa que muito admiro: meninos, isso é confundir cagalhões com marmelos!