OCINÓRI - A Tasquinha do Irónico

quarta-feira, fevereiro 08, 2012

ELES É QUE SÃO OS MAUS



Apresentação de contas dos bancos portugueses: sangue. Esta malta  tem andado a produzir obesos lucros às custas do roubo a cidadãos e de esquemas legais de evitanço de tributação.

Ao apresentar resultados negativos, vieram unânimemente dizer que estes se devem à obrigatoriedade de reconhecimento de imparidades imposta pela troika. Parece que a troika é má e afinal não terá havido prejuizos - houve, sim, um tal “reconhecimento” de umas tais “imparidades” mas foi porque a troika mandou!!!

E tão grande é a preocupação com os reconhecimentos impostos pela troika... e então as normas contabilísticas???? Essas contas devem conter cá cada martelada que só pensar nisso já arrepia.

Sejamos claros. É natural e expectavel que esta malta perca dinheiro num contexto como o que atravessamos. As tais imparidades passam por duas coisas fundamentalmente:
- o registo, nas contas, das dívidas por cobrar (financiamentos concedidos) mas que não estão a ser cobradas ou de elevado risco de incobrabilidade
- o registo, nas contas de activos detidos sobre terceiros, por exemplo dívida sobre o estado grego, acções do bcp, coleccções de arte do joe berardo, muuuiitos imóves - mas cujo valor actual de mercado é comprovadamente muuito inferior ao preço pago na aquisição

Quando os activos valorizaram por via da especulação, até se babaram! E não faltaram os mecanismos legais de fuga ao fisco.

Bom, mas esta gente não dorme e já saiu lei que lhes vair permitir reportar prejuizios fiscais por vinte anos. É de bom tom mencionar que o comum dos mortais não ultrapassa os seis. Quer dizer, fiscalmente, aos lucros de obtiverem no futuro - e irão obtê-los concerteza a avaliar pelo ritmo com que inventam novas formas de roubo e extorsão - irão deduzir as perdas que agora estão a ter. O comum dos mortais tem limitações severas à dedução de prejuizos, mas os bancos não, coitadinhos.

Metam mas é as imparidades num sítio onde o sun don’t shine.