OCINÓRI - A Tasquinha do Irónico

sexta-feira, setembro 08, 2006

AND NOW SOMETHING DIFFERENT

Desde meados do séc. XIX, a Mina de S. Domingos foi explorada por uma firma inglesa e deu origem a uma localidade com o mesmo nome. Chegou a ser a maior mina de pirite da Peninsula Ibérica. Em meados do séc XX a exploração foi abandonada.
Para realizar o transporte do minério foi construida a primeira linha férrea de Portugal – que ligava a mina à aldeia do Pomarão.

Decidimos passar um dia das férias de verão na Mina de S. Domingos. Tem uma bela represa de agua morna e limpa, um areal branco, que provavelmente foi lá parar por camião, uma área de restauração, parque de estacionamento e salva-vidas.
Depois de abobrar umas horas, já com o calor menos sufocante ao fim do dia, embarcámos nas bicicletas com destino ao Pomarão – utilizando o percurso da antiga linha férrea. Os bifes até o ferro levaram prá rainha! A primeira parte do percurso encontra-se com alguma facilidade e o piso é o de uma verdadeira ciclovia, lisinho, de terra batida. Esta etapa é marginal às instalações da mina propriamente dita – entenda-se: chão completamente esventrado, com um aspecto vulcânico. A inclinação é-nos predominantemente favorável.
Uma segunda parte do percurso, não obstante nos ter sido feita uma descrição prévia do que iriamos encontrar, revelou-se irritante e ineperadamente dificil de transpor. O relevo já não é tão favorável e a pista está cheia daquela brita grossa das linhas férreas. Ai que formigueiro nos braços! A bicla aguentou-se de forma exemplar (agora é que percebi o jeitão que dá o amortecedor no espigão do selim!). Para além disto as numerosas pontes que foram contruidas para o comboio poder circular nos enrugamentos da Serra Algarvia (embora nos arrabaldes) foram arrancadas. Quando disse que os bifes sacaram o ferro todo, é linearmente que se deve interpretar. Ou seja, por diversas vezes tivemos que sair do percurso, e transpor com as bicicletas às costas pequenos riachos e respectiva calhauzada. Nota importante para a próxima tentativa: nos pés, em vez de sandália, levar calçado fechado e reforçado na frente.
Bom, eis que o cansaço já era algum e o sol colocou-se a um palmo do chão numa altura em que havia tuneis para atravessar. Tuneis cujo recheio poderia impedir o trânsito, de acordo com informação que nos tinham dado. Atendendo a estas circunstâncias optámos por nos desviar para a estrada (... alcatrão... tão bom!) e apelar à boleia conjugal.
Jantar em Mértola. Infelizmente o Alengarve estava fechado e fomos a um establecimento concorrente, com um serviço abrutalhado (gostei de escrever “abrutalhado”). Abrutalhado.

The End.



P.S. Estas minas são outras: são das que rebentam. E como hoje me sinto espirituoso resolvi deixar aqui um lembrete humanitário.

4 Comments:

  • A saga continua... um caminho abrutalhado (já sei o que sentiste quando escreveste esta palavra), um selim abrutalhado e por fim um serviço abrutalhado... Mas as férias são assim... Uns para as gozarem, outros para ficarem abrutalhados!!!!
    Desporto Radical!!!!!!!!!!!!!

    By Blogger Tentini, at 2:36 da tarde, setembro 11, 2006  

  • conheces o tema "Brutaliza-me com a tua mánica de pudar" dos Comme Restus? é um bocadinho assim, mas ao contrário.

    By Blogger Gustavo, at 2:43 da tarde, setembro 11, 2006  

  • Fica-te bem o sentido altruista. O pior é que assim não me dá pica "abrutalhar" o meu comentário.

    By Blogger Rafeiro Perfumado, at 3:14 da tarde, setembro 11, 2006  

  • Gosto mais de "Vamos todos para a banheira"...
    e não no seu sentido ao contrário...
    Perdoai-me mais o lembrete era tudo menos... sei lá! Tinhas de por uma foto, não era? ok...

    By Anonymous Anónimo, at 7:10 da tarde, setembro 11, 2006  

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