CADA MACACO NO SEU GALHO

Anda por aí uma moda que considero muito irritante, quase ofensiva.

Esta coisa de os nós das gravatas serem quase da mesma lagura que os pescoços – e, em alguns casos, mesmo mais largos do que as cabeças – é, simplesmente feia. Eu pensava que era só coisa de jogadores de futebol, mas não é que a moda pegou? Uma ressalva importante devo fazer relativamente ao nosso primeiro ministro. Gravatinhas sempre finas, nó simples. E os melhores amigos dele, também. Ainda hoje o ministro da Economia trazia uma bem fininha – e a ocasião era bem importante: anunciar 1,5 Giga euros de investimentos.

Mais recentemente uma outra inovação – ou talvez o contrário: um regresso ao passado – que é esta mania de pôr brincos nos punhos das camisas. Mas que raio lhes deu? Nem no Calisto Elói (o da Queda dum Anjo, para quem não se lembrar) imagino estes enfeites! Alguém se lembra de coisa menos práctica do que isto? Eu ainda admito que na cerimónia dos Nobel se carreguem estes adornos; num maestro também ficam sempre bem, desde que bem atarrachados, não vão atingir um violinista numa passagem mais allegra. No dia a dia, para uso corrente é que não concebo.

Recordo com extensa saudade a pulseirita cor de rosa que o ex-1º Pedro Lopes ostentava de forma bem visivel quando ia à TV choramingar. Nunca percebi o objectivo da fitinha. Era o paradigma do puto que teima em não crescer? Mas aquilo que dava mesmo nas vistas era os brincos que trazia espetados em cada punho – de resto, o ar de desgraçado era perfeito. Ó senhores: tratem mas é de furar as orelhas e ponham lá os botões!