PROS E CONTRAS

O programa com o nome supracitrado foi particularmente interessante na emissão desta semana.
De um lado, os ilustres Medina Carreira e o deputado Octávio Teixeira e do outro lado o ministro das finanças acompanhado por Daniel Bessa.
Numa primeira abordagem parecia que se esperava uma espécie de três contra um. Efectivamente acabou por ser uma espécie de quatro a zero pois, na minha maneira tendenciosa de ver a coisa, até o Otávio Teixeira, embora tacitamente, pactuou com o argumentos da maioria. Eu acho que este governo tem uma tarefa fácil: é como entrar num restaurante que só tem um prato – não existem alternativas!!

Eis que numa parte do programa (não vi tudo) tiveram a palavra dois exemplares de funcionários públicos, sendo que um deles era um bocado imperfeito pois pertencia ao IFADAP. Os males dos senhores, depois de exorcizarem a repetida tese de os funcionários públicos não são os culpados de todos os males (quanto a mim, não são culpados de males nenhuns!!) lá se queixaram que faziam grandes sacrifícios para viver só com orçamentos familiares de cerca de 2200 a 2500 euros. Claro que de imediato se ouviu em off: “Does mile? Quem me dera!”
Pois se o Estado dá condições aos seus (alguns) assalariados para terem este tipo de orçamento, eu diria que é bem bom quando comparado com o país real. Estes tipos, terão as dificuldades que tiverem mas para além de terem um orçamento “razoavelzinho” têm a certeza de que o patrão não vai ter nenhuma diarreia cerebral e os vai por no olho da rua. Passe o exagero, gostaria que ficasse a noção de que são muuuuuitas as famílias para quem seria uma espécie de mini-totoloto auferir este tipo de rendimentos. E estas famílias bem podem sentir-se insultadas com este infortunio alheio.
O Estado, enquanto empregador, comete faltas gravíssimas (pensemos nos recibos verdes e no caso dos professores que aguardam colocação uma vida inteira) mas estes dois senhores foram uma escolha péssima para ilustrar o que está mal.