OCINÓRI - A Tasquinha do Irónico

terça-feira, maio 23, 2006

(IN)SEGURANÇA SOCIAL


Nos últimos tempos tem estado na moda falar-se sobre a Função Pública. Permita-se-me restringir para Administração Pública. De repente parece que o país (algum) acordou e percebeu que é imprescindivel mudar de rumo. Uma das áreas em que a necessidade de intervenção é maior e cujos resultados podem ser mais significativos é na forma como o Estado administra os seus recursos. Como o tem feito pode resumir-se numa palavra: mal. Como o poderá fazer, também numa palavra: melhor. Até porque pior é difícil - mas não impossível. Recordo com saudade o nosso ex-primeiro e actual pensionista Pedro Miguel Santana.
Porque alguns sectores do Estado perceberam que têm andado a dormir, sendo que alguns nunca fizeram outra coisa, no turbilhão (re?)organizativo, têm-se cometido as mais bárbaras injustiças.
Recentemente, segundo esclarecimento prestado por colaboradores da Segurança Social (SS), alguém possuidor de uma inteligência superior decidiu unir numa só as três (3, porra, 3 - duas não chegavam??) bases de dados que constituiam o sistema de informação da SS. Vai daí, para grande admiração da generalidade dos mortais, estas continham informações nem sempre coincidentes. Vai daí, tunga a disparar notificações, citações, processos, ameaças de penhoras a torto e a direito para: se os contribuintes tiverem razão, provam-no e fica tudo bem; se não, têm que pagar. Vejamos este caso, que acabei de presenciar: uma empresa comercial foi notificada para pagar cerca de 6.000 euros respeitantes a uma suposta dívida - para a qual foi prontamente instaurado um processo de execução. Afinal apenas devia o seguinte: devido a um erro da entidade bancária que procedia aos pagamentos entregou, num periodo, 30 centimos a menos - cuja reposição foi efectuada passados 3 meses. A SS calcula juros à taxa de 1% por mês, ou seja 3x0,003, ou seja 0,9 cents, ou seja 1 centimo. Ou seja: numa óptica de rentabilidade, avaliada a relação custo-benefício deste processo conclui-se que estamos todos a pagar a ineficiênca.
Para concluir, até porque o lençol vai longo (mas por outro lado, também ninguém vai ler isto) quero deixar bem claro que nos meses recentes, anedotas destas são aos milhares. E se os contribuintes (cumpridores) não puderem ou não quiserem responder ou tiverem mais para fazer, lixam-se! Bem lixados.
É evidente que só pode melhorar.

1 Comments:

  • Isto da reforma da Segurança Social, da Função Pública, da Administração Pública ou da Tasca da Ti Jaquina já foi muitas vezes comentado... no entanto, tenho pena que não tenha existido ainda um governo com tomates para fazer o que todos sabem que tem de ser feito: abater 33,27% dos funcionários públicos. Tal como o langão do taberneiro na tasca da Ti Jaquina (que tem uns caracóis e um tinto de chorar por mais!) passa o dia a polir o balcão com os cotovelos, tb a percentagem de funcionários públicos indicada anteriormente anda pura e simplesmente a esfregá-los! Mas para grande pena minha, e olhando para a triste figura que o Zé Socas fez na última cimeira da União Europeia (passo a explicar: entra uma gaija toda boa e desnudada na Assembleia, os homens todos a rir e a comentar coisas do género "esta marchava", quando focam a cara do nosso PM, impávido e sereno), duvido que o tipo esteja à altura da tarefa!

    By Blogger Rafeiro Perfumado, at 1:03 da tarde, maio 23, 2006  

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