OCINÓRI - A Tasquinha do Irónico

segunda-feira, outubro 09, 2006

FOI MAIS OU MENOS ASSIM TRÊS

Quando eu tive uma certa idade, numa certa altura, comecei a interessar-me por certas coisas. Ironicamente (ou ocinoricamente - sem acento, porque não se acentuam os advérbios de modo!!!) foi uma professora de Lingua Portuguesa (lembras-te Tente, da Velha que tinha o caniche na cabeça?, no décimo ano?) quem catalizou aquilo que ainda era um pequeno estímulo para as tais certas coisas. E a coisa que essa Velha fez foi espetar à frente do meu nariz uma coisa chamada Mário de Sá Carneiro e, porque era essa a sua profissão (e talvez mais do que a profissão), explicou o significado de cada palavra e verso de alguns dos seus poemas. Foi uma coisa boa que deu origem a mais coisas boas.

"
Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!

Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.
"


Parece que a moda do copy paste está a pegar, mas que se lixe.
Parece que a moda do pseudo esoterismo barato também está a pegar - que se lixe.


(Será que a Velha ainda é viva?)

7 Comments:

  • Isto fez-me lembrar que chamava macaca à professora de português do 10º ano, ela tinha a particularidade de possuir suiças mais desenvoltas que muito senhor com testoesterona aos pulos, e as costas das mãos delas eram repletas de pêlos Esta mistura fantástica sugeria-me a imagem de um macaco, podia ter sido pior.
    Caniche, caniche era minha prof de ciências do 7º ano, só lhe faltava rosnar.
    Divagações e saudosismos à parte, o certo é que as professoras de português especialmente as irritantes duram mais tempo que qual outra pessoa, portanto a Srª Done Velha deve estar neste momento procupada em adquirir a vacina para a gripe...

    By Blogger Irritadinha, at 6:55 da manhã, outubro 10, 2006  

  • Gostei do pormenor: velha com letra maiúscula! Demonstrativo de respeito!:) Normalmente quando se utiliza a palvra velha(o)nem sempre se quer ser muito delicado... Aqui foi o contrário não foi?! ;)

    By Anonymous Anónimo, at 10:53 da manhã, outubro 10, 2006  

  • Sim, Ana. Às vezes o significado das palavras que empregamos chega completamente distorcido ao destino e eu confesso que sou bastante desligado quanto a isso. Mas a ideia da Velha com maiúscula incluia um certo agradecimento pelos "serviços prestados". É que naquela altura ninguém ia à bola com a pessoa, e mesmo ela resevava-se o direito de implicar com alguns dos meninos. O que não apaga uma porta que naquela altura se me abriu, primeiro com o Mário Sá Carneiro e depois com o Pessoa. Quando o ano acabou fiquei com pena de não ter mais aquelas sessões de decifragem da poesia.

    By Blogger Gustavo, at 12:33 da tarde, outubro 10, 2006  

  • Estás enganado Gustavo... 12º Ano! Podia ser implicativa, Velha (atenção ao pormenor) e maçadora mas conseguiu transmitir, pelo menos a mim, um enorme gosto e beleza pela poesia...
    Hoje ainda dou comigo a pensar, nessa Senhora sobre a maneira como ela transmitiu toda essa sabedoria poetica... foi da pior maneira possivel! Mas em algo negativo não sei como se transformou em algo positivo...
    Nesse aspecto os meus parabens a esse ser vivo portador de uma trunfa animalesca canichidia...

    By Anonymous Anónimo, at 2:11 da tarde, outubro 10, 2006  

  • E o caniche na cabeça, o que será feito dele?

    By Blogger Rafeiro Perfumado, at 7:02 da tarde, outubro 10, 2006  

  • Rafeiro (welcomeback), para que não sobrem dúvidas sobre a fauna devo informar que o caniche todas as sextas feiras ganhava uma vida nova (no Cabeleireiro Ilídio)

    By Blogger Gustavo, at 9:25 da manhã, outubro 11, 2006  

  • Lembro-me bem como ela não me gramava...
    Mas o ramalhete do seu penacho ganhava vida para o fim de semana. Recordo-me bem desse filme terror/comédia.

    By Blogger Tentini, at 2:26 da tarde, outubro 11, 2006  

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