OCINÓRI - A Tasquinha do Irónico

terça-feira, julho 31, 2012

QUEM ERROU NAS CONTAS?

Pergunto-me se há cinco anos previsse no que este mundo se tornou se seria credivel. Há cinco anos perguntava-me se era plausível o estado de coisas, se fazia sentido, se era sustentável e sobretudo, se seria aritmeticamente suportável.

A ganância dos comilões, a ambição dos tipos que, através da obtanção de cargos com responsabilidade, exerceram, durante décadas, como se detivessem poderes ilimitados e inconsequentes. E eu perguntava-me se isto aguentaria. Pois se não era com os resultados do que produzíamos ou aforrávamos que se sustentava o consumo - mas sim da utilização de plafonds de endividamento.

Perguntava se quando se esgotasse a capacidade de endividar - capacidade essa caucionada a pior ou melhor sistema de garantias: hipoteca, penhor, fiador, o que fosse - se não teria um fim, este viver que tinha dado origem a um novo modo de viver que eu não via como podendo ser pouco mais do que temporário. 

Várias cabeças pensantes que sempre reputei de credíveis ou, pelo menos, sempre tive bem alto na escala da consideração, me respondiam que não poderia ser assim tão simples, pois havia leis, mecanismos de mercado, sistemas de compensação e ciclos de crescimento de saldo positivo. Várias vezes calei-me - desconsolado.

Pois não é que o limite foi atingido? Bateu-se na parede e não dá mais. Demorou mas finalmente precisámos de dinheiro para pagar as contas e ele não estava lá. Vergonhosamente ajoelhámo-nos e pedimos mais aos ricos - para nos dar na boca. Deram: mas sob compromisso de gastar com critério. E até mandam regularmente cães de fila para aferir a acertada alocação da despesa. Qual pai que controla a mesada que dá ao filho. Vergonhosamente. É nisto que estamos.

Mudámos de governo: mais do mesmo. Todos os prémios nobel opinam. Todos os ex decisores vêm dizer que afinal se provou terem razão. José Barroso desfila um discurso de optimista profissional. 

Só agora, que finalmente estamos a pagar os ifone, ipades, os ctdis os laptops e todas as porcarias caducas em que desbaratámos quantias inacreditáveis de fundos, só agora sentimos o preço - e a dificuldade em pagar. Para isto não deveria existir o direito à auto determinação. Para destruir a liberdade e activar a dependência, a ditadura do mais selvagem e humilhante capitalismo, não! Para ter falta de juizo devia ser necessário um visto bom do tribunal de contas.

Eu até advogava que tirassem de lá os doutorados, que, para isto, não são necess+arios doutoramentos. Mas se isso sognificar povoar o governo com relvas e outras daninhas, ISSO NÃO!


terça-feira, julho 17, 2012

RELVAS




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